Nas margens do Tocantins sereno,
Babaçulândia floresce nas ondas do tempo,
Com suas matas, rios, serras e cachoeiras encantadas.
Aqui canta o vento em doce acalanto.
No verde abraço da natureza,
Brota os frutos da terra vermelha
Com firmeza,
A agricultura, com mãos calejadas e sol nas costas, resiste,
No chão que insiste, de um povo persiste.
Antes mesmo do comércio erguido,
Antes do sonho de um povo unido,
Já vivia ali, de alma brilhante,
Dona Humbilina, mulher vibrante.
Negra matriarca, lavadeira forte,
Com o riso aberto e olhar de sorte,
Quebradeira de coco, de fala amiga,
Convidou Henrique mas sua memória foi esquecida.
Na terra chamada Aurora do Coco,
Ela foi farol, coragem, e foco.
Seu nome, apagado dos livros frios,
Vive nas memórias, como os rios.
E vieram outros, e o povo cresceu,
O templo se ergueu, o tempo correu,
Mas o nome dela, suave e firmeza
Ecoa ainda nas matas, na natureza nas memórias de infantes do tempo passado.
As mulheres de Babaçulândia são chama,
Guardam de Humbilina a mesma flama,
Que nutre a terra, cria e semeia,
Com mãos calejadas e alma cheia.
Hoje, o sol brilha em campos floridos,
Nas feiras, os frutos são coloridos,
O cheiro do babaçu ainda embriaga,
E o passado pulsa em cada história e em cada saga.
Babaçulândia, terra de luz e memórias,
Guarda em si uma ancestral história,
De mulheres que, como raízes ao chão,
Sustentam o mundo com muita força no coração.
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