quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Olhos de Babaçu


❤❤❤

 Na serra, onde a chuva é forte e alheia,

o frio encontra o desejo, turbulento.

Um amor que se esquece, mas incendeia,

em cada abraço,um desejo terreno.

❤❤❤

No compasso do coração 

a areia ao pé, água que conflui,

teu beijo se perde dos meus, sem paixão;

Tu, moreno de olhos de babaçu, amor que não flui,

é meu desejo bom, costela de um abraço sem tom,

disjunção que torna meu viver mais amargo,

numa canção de dor sem refrão, 

mostrando as agruras de uma iluzão. 

❤❤❤

Ficar acordado, num sonho tão intenso,

onde o tempo é só tempestade e mar.

Paixão de águas revoltas e turvas, onde eu fico suspenso.

no embalo duro e eterno do que é te amar.

❤❤❤

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Raízes de Ébano


No balanço do samba, no toque do tambor,

há vozes antigas, ecos de esperança e dor. .

Mulheres de ébano, de raízes fundas no chão,

semeando cultura, em versos e canção.

Das mãos que pintam, aos pés que dançam,

trazem histórias, legados que alcançam

as cores da vida, o traço preciso,

a arte que cura, e resgata os sorrisos.

Forjaram a luta em cada criação,

na tela, na cena, no som, na canção.

São negras Marias, que o vento conduz,

bordando o Brasil com fios de ouro e luz.

Carregam Axé, poder que irradia,

em danças e palavras, moldam cada dia.

Dandaras e Conceições, vozes aclamadas,

que transformam o chão em terras encantadas.

É dona Ivone Lara, é Elza, é Clementina,

Jenyffer Nascimento,Elizandra Sousa,Maria Firmina, 

mulheres que brilham na rima fina.

São cantos e rezas, o sagrado e Ancestral,

arte que pulsa e move com força de vendaval.

Com coragem e alma, criam um universos,

desenham futuros, libertam por meio de seus versos.

Mulheres de luta, herdeiras da força,

no abraço e nas arte, a escrevivencia vence a corsa.

Assim, nos orgulham, as mães da nação,

suas vozes são trilhos, raiz e paixão.

Oh, negras de ébano, guardiãs da memória,

escrevem o Brasil nas linhas da história.

Meu Corpo é Campo de Guerra?

Carrego no peito uma história que queima, não está escrita em livros, mas em olhares aqueles que me despem sem tocar, que julgam se eu cruzo...