Eu, deixei ele fazer o que bem queria, estava a ponto de sucumbir em uma rotina que pensei que jamais sairia, mas por um instante, me deixei levar, e ele me levou. Pensei que ainda sairiamos, ou me levaria para dançar, mas não, nosso espetáculo foi em poucos metros quadrados, em uma escuridão guiada por sensações, e cada sensação foi única, por vezes inesperada. Me virou de ponta cabeça, e nem me perguntou se eu gostava, não me perguntou nada, houve apenas silencio e calor, manipulou cada movimento, como se já houvesse feito a mesma coisa repetidas vezes em meu corpo, com maestria, encontrou cada ponto auge.
Agora, ele continua revirando os becos da minha memoria, minha cabeça foi virada, meu corpo foi abalado, mas o meu par, só permanece em meus pensamentos. Agora, eu retorno a minha rotina estafante. Mas, dessa vez, ele sempre estará nessas lembranças inusitadas e excitantes de um noite e nada mais, dessas que só uma boa aventura pode proporcionar.
Só posso aceitar, aceitar que toda aventura termina, e que essas aventuras que guardamos pela vida são como rios, rios que confluem e transfluem, que são, e que deixam de ser, rios que passam e atravessam todo os nosso corpo, sentidos e sensações que ficam e tornam-se apenas boas recordações.
Você, será sempre aquela recordação boa, que quando vier a fronte, eu irei sorrir e disfarçadamente morderei o lábio inferior, porque os teus rios conjugaram cada verbo do meu corpo, e do meu corpo jamais sairá.