Meus olhos são poços sem fundo, sem luz,
O mundo, faz-se um teatro em que cedo me expus.
As máscaras caem, o riso é de dor,
A alma cansada já não quer falso amor.
A tinta que escorre da minha pena 🪶 agora é lamento, em tinta de sangue...
Cada sílaba escrita carrega tormentos...
Vivo por hábito, rascunho de gente,
Num corpo presente, mas sempre ausente.
Já cansei de implorar sentido ao vazio,
O afeto é um vulto que passa e faz frio.
E os dias se arrastam, iguais, sem razão,
Cada um uma pá de terra joga em meu caixão ⚰️.
Se este é o destino ser verbo calado,
Deixai que eu parta, num verso afogado.
Nem preces, nem flores, nem voz de ninguém,
Só o silêncio profundo que enfim me convém.
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