quarta-feira, 7 de maio de 2025

Pranto de Romeu Banido

Ah, o silêncio teu, é navalha fria com fel, 

Corta a alma em pequenos pedaços, causando a maior dor cruel. 

Teu olhar distante, muro de granito, 

Esmaga a esperança, finda o meu infinito.

Meu peito, outrora ninho de canções de amor, 

Agora é deserto, de tristes orações e rancor.

 A ausência tua, é sombra que me veste, 

Como uma noite eterna, que o sol não resiste.

A dor que me consome, é incêndio fatal, 

Arde qual vulcão em leito de cristal.

 É rio que transborda, em pranto incessante, 

Qual cachoeira d'água, que desce delirante.

Sinto-me Romeu banido, sem Julieta em flor, 

Alma gêmea perdida, em labirinto de horror. 

Sou Tristão sem Isolda, em leito de agonia, 

Aguardando a morte, em melancolia fria.

Teu silêncio ecoa, como trovão sem piedade, 

Rasgando o tecido fino da minha saudade. 

E a rejeição que emana do teu ser, 

É geada cruel, que me faz perecer.

Assim como a folha caindo seca ao vento outonal, 

Minha alma definha, em pranto visceral. 

Como a flor que murcha, sem o orvalho da manhã, 

Meu amor se esvai, em dolorosa ânsia vã.

Mas mesmo em prantos, e em luto profundo, 

Este amor torturante, em meu ser imundo. 

E ainda que a dor seja meu eterno véu, 

Amar-te é o inferno desse autoamor infiel.

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