Ah, o silêncio teu, é navalha fria com fel,
Corta a alma em pequenos pedaços, causando a maior dor cruel.
Teu olhar distante, muro de granito,
Esmaga a esperança, finda o meu infinito.
Meu peito, outrora ninho de canções de amor,
Agora é deserto, de tristes orações e rancor.
A ausência tua, é sombra que me veste,
Como uma noite eterna, que o sol não resiste.
A dor que me consome, é incêndio fatal,
Arde qual vulcão em leito de cristal.
É rio que transborda, em pranto incessante,
Qual cachoeira d'água, que desce delirante.
Sinto-me Romeu banido, sem Julieta em flor,
Alma gêmea perdida, em labirinto de horror.
Sou Tristão sem Isolda, em leito de agonia,
Aguardando a morte, em melancolia fria.
Teu silêncio ecoa, como trovão sem piedade,
Rasgando o tecido fino da minha saudade.
E a rejeição que emana do teu ser,
É geada cruel, que me faz perecer.
Assim como a folha caindo seca ao vento outonal,
Minha alma definha, em pranto visceral.
Como a flor que murcha, sem o orvalho da manhã,
Meu amor se esvai, em dolorosa ânsia vã.
Mas mesmo em prantos, e em luto profundo,
Este amor torturante, em meu ser imundo.
E ainda que a dor seja meu eterno véu,
Amar-te é o inferno desse autoamor infiel.
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