No campo vasto onde o Sol acende e se apaga,
A terra, em seu seio, oculta segredos, movimentos, suspiros, direções e caminhos quentes e frescos,
Assim caminham as plantas, de raízes amarradas, nutrindo umas as outras, no mais perfeito rizoma.
Mas em seus troncos há um murmúrio de apelos doloridos.
Assim como as almas buscam a luz,
Elas, silentes, em sua dança seguem seu percurso no mais divino crer ,
Seus ramos curvando-se ao vento, em fluxo,
Semelhantes a maré que os mares ergue e cede.
Ó, folhas que tremem em balançam, em abissais movimento,
Onde o invisível fio de vida transita, e o poeta se inspira sensivelmente,
Não sois de rocha, mas de essência e vento, que com calma e paciência modelam as mais belas paisagens.
A cada estalo, o vosso ser se agita e baila na mais perfeita melodia.
Vede, como o verde se curva e respira,
A cada noite, a cada amanhecer,
Cada folha que sobe, que desce, que gira,
Tem um destino que o céu deseja tecer.
Na penumbra, entre o que é e o que será,
Numa coreografia sem fim ou rumo,
As plantas dançam, embora quietas, a cantar silenciosamente,
A eterna jornada de se erguer do chão, de superar as forças brutas do universo.
E quem poderá compreender, por fim,
Se o próprio vento é só um eco do ser,
Ou se no movimento há algo assim,
Como a alma que, à vida, se põe a crescer?
Ó, na dança do verde, o infinito em si,
Cada folha é um passo, um gesto a se expandir, de suportar e resistir.
E quem ousa crer que o movimento ali
Não é o toque de um deus, a nos conduzir?
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