No primeiro dia, a dor se fez leve, um misto de desespero com medos,medos que eu escolhi ignorar, por amor...
Como a brisa que não sabe onde vai,
O olhar perdido, entre as sombras, breve,
Na esperança de um afago que não cai, de um sim que não vem...
No segundo, o peito aperta, se dissolve,
Como a lua que na nuvem se esconde, como estrelas que estão distantes mas que completam a beleza do ceu
A palavra não dita já não resolve,
E o amor, em silêncio, só responde, porque não me responde?..
No terceiro, as horas são mais largas, os dias em carne viva sangram em mim...
O desejo se faz lágrima calada,
Caminho só, em ruas sem marcas, mas cheias de cicatrizes...
A saudade é uma ilha deserta, abandonada, solitária, que ama em silencia sufocante e envenenado ar ...
No quarto, já não sei mais o que faço,
Meu corpo é eco, minha alma grita,
Tento, sem poder, curar o fracasso,
Mas o amor não me visita, mas ele em mim habita, bora tão, tão distante...
No quinto, um suspiro me invade, as lágrimas não suportam a indiferença e as duras palavras...
A dúvida é sombra no meu peito, mas ainda assim, a certeza dói ainda mais...
Será que vivi só de saudade?
Ou será que o amor é um mito perfeito?
No sexto, as palavras se desfazem,
O som do silêncio é mais forte que eu,
Nos olhos, as lembranças não se apagam,
E o coração é um campo vazio, sem céu.
No sétimo, o vazio é mais espesso,
Os dias, longos, como o mar sem fim, não por mim, mas pelo ilimitado escárnio da minha alma que te deseja desesperadamente...
O amor, que era leve, agora é o peso
De um sonho que se perdeu em mim.
No oitavo, o tempo é um golpe certo,
A dor se cala, mas o eco é cruel,
O amor não chegou, ficou perto,
Mas jamais será meu o seu céu.
E ainda que os dias passem e se vão,
Fica o silêncio, ecoando a cada canção, dolorosa e sentinda...
De um amor que nunca foi meu,
Mas que, por oito dias, foi tudo o que eu sou.
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